Caros Tricampeões Mundiais, ontem, como, provavelmente,
todos vocês, fui dormir contrariado, chateado, inconformado e na certeza de que
a derrota para o Goiás foi a gota d’água para desencadear uma nova crise no
Tri-color. Inevitavelmente, protestos da torcida contra o elenco, comissão
técnica, diretoria e presidência, que já ocorreram durante o jogo de ontem
voltarão a acontecer, seja no C.T. da Barra Funda, no Morumbi, pelas redes
sociais ou onde quer que o time se apresente. Em resumo, novamente e em menos
de um mês, uma crise volta a se instalar no “Soberano”. Contudo, hoje pela
manhã, correr os olhos pelas principais notícias Tri-colores, me deparei com o
seguinte:
Como diria um velho amigo: nada é tão ruim que não possa ser
piorado! Pois, é! Lá estão, novamente, diretoria e comissão técnica lavando a
roupa suja através da imprensa. De um lado, Ney Franco se isentando de culpa.
Do outro, Leco, que até outro dia, era responsável pelo futebol, afirmando que
o problema não é elenco. Em tempo, antes de continuar, sugiro ao pessoal que
está tocando os trabalhos de modernização do Morumbi que incluam, no projeto,
uma ou duas salas de reunião. Presumo que não exista nenhuma atualmente, já que
“vira-e-mexe” tratamos questões internas em frente às câmeras e microfones.
Voltando à “nova crise”, enquanto estava pensando,
organizando as ideias e procurando palavras que estivessem presente no “Aurélio
Buarque de Holanda” (as que gostaria de utilizar não estão presentes no
dicionário) para copor este novo post,
me recordei que, desde que fundei o blog,
em algumas ocasiões, já havia realizado publicações em situações
parecidas. Caso o amigo leitor tenha algum interesse em recordar lembranças
dolorosas, seguem os links:
Os textos acima já dizem muito sobre o que penso serem as
causas raízes, assim como, contém algumas sugestões sobre ações para,
eventualmente, solucionar nossos principais “dramas”. Adicionalmente, algumas
questões que tangem o modelo de gestão do clube devem ser levadas em
consideração. Entre meados deste mês e o início de julho, publicarei uma série
de posts que trataram deste tema:
Então, o que dizer agora? Será que existe mais algo a ser
escrito? Sim, existe. Trata-se de uma nova filosofia que surgiu nos últimos
anos para avaliação profissional, denominada: CHA - conhecimento, habilidade e
atitude. Conhecimento se adquire estudando e habilidade vem com a prática. O
grande problema é a atitude, algo meio místico, algo que vem no DNA da pessoa,
difícil de ser adquirido, difícil de ser aprendido. Observe que eu disse
“difícil” e não “impossível”. Além
disso, a atitude deve sempre ser positiva, construtiva e não negativa,
destrutiva. Pensando nisto, chego à conclusão de que, no CHA dos profissionais
que, hoje em dia, dirigem nosso São Paulo, falta uma boa porção de “A”. Podemos
confirmar esta teoria avaliando os “dramas” que vivemos nos últimos tempos.
Como a palavra “drama” remete à literatura e à sétima arte, e se nosso Tri-color fosse uma prateleira de
livraria ou uma sala de cinema, poderíamos ter em cartaz:
Juvenal Juvêncio, em
“A Arte da Guerra”
Neste histórico livro sobre estratégia militar, Sun Tzu, o
autor, relata suas experiências sobre a guerra e trata, entre outras coisas, sobre
as questões de liderança. Em resumo, a abordagem é a seguinte: aquele que não
executar as ordens com precisão ou não corresponder às expectativas, é
decapitado, servindo de exemplo para os demais, que, em teoria, se esforçarão
mais para evitar punição. Alguma semelhança com nosso mandatário? Logo após
sermos eliminados da Libertadores, Juvenal vem à publico e corta sete cabeças.
Obviamente, apenas patentes mais baixas são castigadas. Durante muito tempo,
séculos, o livro “A arte da guerra” serviu como uma espécie de “bíblia” para as
escolas militares. Posteriormente, traçaram um paralelo entre seus ensinamentos
e o mundo corporativo. Importante destacar: a obra é datada de 400 A.C., em
minha opinião, está um tanto quanto ultrapassada, assim como, os métodos de
gestão e as atitudes do nosso presidente. Só mais dois detalhes: entre os
jogadores cortados do elenco, estava Cortez, um lateral esquerdo contratado à
preço de ouro; Carleto, que assumiu o lugar de Cortez, lesionou o joelho e só
volta em 2014. O amigo gostaria de tecer algum comentário?
Ney Franco e Leco,
em: “Bang Bang à Italiana”
Bastou a primeira derrota em casa, no Brasileirão, para Ney
Franco e Leco saíssem atirando para todo lado! Recados pela imprensa,
acusações, justificativas e desculpas, por favor, me digam: isto resolve alguma
coisa? Posturas completamente desnecessárias, atitudes incompatíveis com os
cargos e salários. A declaração de Ney Franco, disponíveis na matéria acima,
terá repercussão extremamente negativa dentro do elenco e deixará a situação
ainda pior. Só posso imaginar que ambas as partes pretendem caminhar para a
ruptura. De qualquer forma, posturas e atitudes inaceitáveis de ambos os lados.
Juvenal e sua
“trupe”, em “Se beber, não contrate”
Vou ser breve, afinal, creio que o titulo seja
autossuficiente. Contudo, transformando nomes em números, nos últimos três
anos, nosso Tri-color teve um custo de,
aproximadamente, 160 milhões de reais em contratações. Não, você não leu
errado. Eu escrevi “custo” e não “investimento”. Apenas esclarecendo, ao
contrário de “investimento”, “custo” é um valor que você dispende e não espera
nenhum tipo de retorno. No Brasil, podemos citar como exemplo os impostos. Para não generalizar, acredito que entre 80%
e 90% das contrações realizadas desde 2010 não vingaram.
Torcida São-Paulina,
em “À espera de um milagre”
Sinopse não disponível. Confira nos principais estádios do
país.
Por fim, é necessário haver um “choque de gestão” imediato
em nosso clube. Não há posturas adequadas, não há atitudes adequadas e não há gestão
de consequências. Claro que todos nós queremos ver o time jogando com raça e
“sangue no zóio”. Porém, nossos problemas vão muito além disso. Não adianta
esperar um resultado diferente se a forma de fazer as coisas continua a mesma.
É preciso mudar. Se a administração atual não é capaz de reconhecer isto, que
venha outra no próximo ano com uma filosofia diferente. Até lá, vamos
acompanhando os próximos lançamentos...
Amplexos,
Ottoni
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